segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Te amo mãe.


E hoje eu tenho o mesmo tempo de vida que você teve...
Não estou conseguindo racionalizar isso direito, amanhã a minha vida será mais antiga do que a sua foi, não é muito fácil pensar e ser mais velha do que a própria mãe.
As pessoas são diferentes e hoje me pergunto se sou muito diferente do que vc foi, e de como vc estava naquele dia em que vc tinha exatamente 23 anos e 11 meses.
Será que me pareço com você? Será que sofro pelo mesmo que você sofria? Será que algo na genética garante que eu possua algo de você em mim?
Não tenho como saber... Quando você se foi, a minha mente ainda estava em sua fase lúdica e eu não consigo comparar, e como não pude conviver contigo, também não pude conhecer e nem imitar as suas manias.
Tudo o que aconteceu será sempre uma incógnita na minha cabeça, e eu já me conformei, eu sei que nunca vou entender. Pelo menos hoje não condeno mais, sei lá, apenas aceito.
Espero apenas ter a sua doçura; doçura esta que me recordo apenas por meio dos flashs: você penteando o meu cabelo, limpando o furo da minha orelha para não inflamar, me abraçando desesperada quando eu me perdi na praia; doçura que consigo visualizar nas fotos em que você me segura no colo.
Eu nunca vou entender, não tem jeito, mesmo que isso me consuma por dentro. Não quero ter a sua tristeza, porque não quero repetir a sua história.
Espero que você esteja bem...
Amo você, e esse sentimento é a única coisa palpável de você em mim, espero que você o sinta aonde quer que esteja.
Te amo mãe.